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mente sã, corpo são

  • Foto do escritor: Sofia Dias
    Sofia Dias
  • 29 de jul.
  • 1 min de leitura

Eu devia querer horas, anos de prazer, devia permitir-me isso.

Devia permitir-me a experiência uma vez nada vida e não a teoria.  

Devia permitir que me arranquem um bocado do coração e da mandíbula. Que me beijem os cotovelos, os tornozelos e até os dedos dos pés.

Devia permitir-me arrendar permanentemente a costela de alguém, com elevador para o bocado de pele que liga o pescoço à orelha.

Devia deixar-me de filosofias.

Devia parar de me levar tão a sério.

Devia permitir que alguém me amasse quando rio, sem precisar de meter a mão à frente.

Devia ser mais hedonista.

Devia parar de gritar aos sete ventos que não sou de ninguém, porque é se sempre de alguém. Sempre.

Devia voltar à psicóloga.

Que confusão tremenda.

Devia sentir mais.

Devia praticar o que prego e deixar que o coração ganhe ao cérebro na batalha naval.

Devia abrir a boca, mas, desta vez, sem ser para dizer algo.

Isso.

Linda menina.

Sabe bem, não sabe?

A mim também.

A mim também.

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