matemática incoerente
- Sofia Dias
- 14 de dez. de 2022
- 1 min de leitura
Vem cá,
Escuta,
Isto é sério.
Julgo que a minha velocidade é a coisa mais idiota da galáxia.
Atiro-me de cabeça
Ou penso antes de mexer um dedo.
Nunca fui boa a matemática,
Só conheço o número 8
E o 80.
O meu cérebro, às vezes, é cansativo de amar,
Ele corre,
Não anda.
Se queres correr comigo, tudo bem, aceito-o, invejo a tua caixa torácica.
Mas, partilhar um existir comigo sucumba,
Desculpa.
A minha essência é aguda,
Impulsiva,
Encriptada,
Caótica,
Indecisa,
Amaranhada,
Instável,
Oscilante.
A música do meu cérebro é em loop e cheira a laranja.
(No meu cérebro, dá para cheirar música, sabias?)
(No meu cérebro, dá para colorir músicas, mas ainda não descobri a cor da música dele.)
Eu sei que a minha música incolor, mas cheirosa, às vezes, é bonita
Mas,
Ouve-me.
Presta atenção.
Eu deixo que a ouças. Eu deixo.
Dir-te-ei, "vem, vem dançar comigo, vem!"
Estupidamente entusiasmada.
Durante a folia,
Se quiseres colocar mais números na minha matemática incoerente,
Eu não me importarei.
Adiciona o 1...
O 2...
O 3...
Mas,
se tudo isto te extenuar,
Não continues a dormir no fundo da minha piscina.
A água pode começar a transbordar
E causamos uma cheia. (Lisboa não está pronta para isto)
Abandona-o
Fá-lo suavemente
Como se o estivesses a fazer num dos meus sonhos.
E, depois
Para de correr.
Anda.
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