A Obra Bela é Desequilibrada
- Beatriz Pereira
- 12 de set. de 2022
- 1 min de leitura
(...) Às vezes, canso-me da minha escrita. Olho para as minhas palavras e penso “Não, não pode. Não fui eu que escrevi isto. Quem juntou tamanha obscenidade? Quem escreveu algo com o qual me identifico tão bem?”.
Não sinto que o processo de escrever, do qual me envergonho ou orgulho, venha da minha pessoa. Vem de um outro alguém... Um ser fora de si, acordado de madrugada a combater as insónias que o atormentam.
É assim que escrever se torna o que é: um escape para a pessoa real, normal, quotidiana, que embora sem o descanso devido, aguenta as manhãs à base de chá e café, de cafeína solúvel.
Por que razão toda a mais bela obra provém do humano pouco equilibrado?
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