Sputnik, meu amor, de Haruki Murakami
- Beatriz Pereira
- 14 de ago. de 2022
- 1 min de leitura
"Se desta vida imperfeita tirássemos tudo que é inútil, a imperfeição deixaria ela própria de fazer sentido."
"O que aconteceu foi que ao conhecer Miu, deixei de pensar. (É óbvio que estou aqui a usar a minha própria definição de pensar.) Meu e eu passámos a estar sempre juntas, como duas colheres sobrepostas, e ao seu lado deixava-me transportar para longe - para um lugar cuja existência me era totalmente estranha - e limitava-me a pensar: tudo bem, deixa-te ir com a maré. Por outras palavras, para seguir Miu tive de me libertar ao máximo da bagagem. Até o próprio ato de pensar se tornou um fardo demasiado pesado."
"Vendo bem, apercebo-me agora de que a minha primeira regra no que toca à escrita diz respeito tem sido sempre escrever sobre as coisas como se não as soubesse - e isso mesmo no caso daquelas coisas que eu sabia, ou pensava que sabia. Se eu partir do princípio: isso já eu sei, não preciso de perder o meu tempo precioso tempo a escrever sobre isso, então a minha escrita não ganhará asas."
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